História natural do Brasil.

Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado

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do Tanaceto, mas apenas tem a sexta parte do tamanho. As florzinhas são justapostas, duas a duas, encontram-se em cada caule e raminho, cada qual com seu pedículo próprio. O caule é mole e suculento.CAPÍTULO VI Duas plantas anônimas.Caapotiragoa PLANTA (o autor não diz o nome). Cresce até à altura de um pé ou mais; caule nodoso, em parte aderente à terra, outra parte fica levantada. A parte aderente à terra tem numerosas raidículas; a um intervalo de três dedos, acham-se os nós dos quais, brotam as folhas do comprimento de um ou dois dedos mínimos, com nervo e seis veiazinhas, em sentido longitudinal, como em "Plantago" (tanchagem); as folhas são verdes na parte de cima e um pouco cinzentas na inferiormente.Na sumidade do caule, duas folhas pequenas, justapostas, com a figura da conchula, chamada "misella"; do meio destas folhas brota uma flor de um elegante azul, composta de duas folhas (arredondadas), obrotundas tendo pequenos estames azuis de ápice amarelos.Na sua totalidade, esta planta se assemelha à genciana; sua raiz é redonda, mole, longa, sem fibras e de cor hepática. Encontra-se uma outra planta com flores semelhantes a "Lotus tetragonolobius", folhas alongadas, caule grosso, estriado, um pouco hirsuto, dotado de muitos râmulos.PLANTA (cujo nome o autor não menciona). Possui um caule mole, anguloso; vermelho, rasteja e num intervalo de três ou quatro dedos, em pedículo do comprimento de um dedo, possui sempre três folhas justapostas, do comprimento de cinco ou seis dedos; de bordo dentados (serrata); de um verde alegre, dotadas de nervo e veias oblíquas. Junto do pedículo das folhas, acha-se um outro pedículo do comprimento de cinco ou seis de- dos, vermelho, de umbelas semelhante a do sabugueiro, com florzinhas mínimas, que não se compõem de folhas. Na sua totalidade, domina a cor elegante do sangue; cada uma tem a figura do "rhopalo", com que andam os leprosos mendicantes.CAAPOTIRAGOA (termo indígena). De uma raiz longa, torcida, mole, fusca por fora, branca por dentro, procedem muitos caules quadrados, com nós em distâncias de dois outros dedos; medindo esses caules dezoito, vinte e até mais dedos de comprimento; parte aderem à terra, parte se elevam. Junto de cada nó, nascem duas, três ou quatro folhas, da figura e tamanho do hissope, mas de desigual tamanho. Alguns caules apresentam râmulos de um lado e outro dos nós, cobertos igualmente de folhas; os caules, râmulos