História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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pelo capitão Frederick Malepas, e, juntamente, 100 mosqueteiros, dirigidos pelo capitão Hendrick Smit, e a companhia do capitão Hendrick Frederick, e marchou pelo banco de areia para o forte Emilia, atravessando o rio e dirigindo-se para o interior do rio Jangada.O diretor da equipagem foi mandado, com dois botes à vela e outros tantos a remo, para transportar os soldados de um lado do rio para o outro. Mas esses transportes não puderam, devido a pouca profundidade (causada por grande quantidade de areia acumulada ali) entrar no Recife, de sorte que os mesmos, estando o tempo bem moderado, e como que os convidando, foram mandados, por fora do Recife, pelo mar, para a barra do mesmo rio, na qual, por ser muito rasa e ter forte arrebentação, foi impossível entrar. Além disso, o inimigo colocara na entrada do mesmo uma trincheira, que poderia facilmente proibir aos nossos a entrada do porto, e a largura e a sinuosidade do rio não eram favoráveis aos nossos, de sorte que voltaram no dia seguinte.O sr. coronel, tendo marchado até o dito rio, encontrou lá um armazém com 32 caixas de açúcar, e, deixando-o ocupado com uma guarda, sondou o rio, para passar para outro lugar, o que não pode fazer, pela grande profundidade do mesmo.Considerando, portanto, que, pela pouca água que havia no porto, os botes não podiam vir até onde se achava, e que nada havia mais que fazer nesse lado do rio, depois que o armazém foi saqueado e reduzido a cinzas, retirou-se.O inimigo, posto em alarma pela fumaça, perseguiu os nossos pelo caminho novo, e os nossos fizeram-lhe algumas emboscadas e escaramuçaram com ele. Voltaram no dia seguinte à tarde, tendo perdido dois homens mortos em combate e dois afogados ao passar o rio. O inimigo também sofreu dano.No dia 12, chegou ao Recife o yacht Phenix, da Paraíba, aonde fora mandado buscar viveres para a esquadra, pelo qual souberam que os navios deram caça algumas vezes e tinham feito dois navios do inimigo dar à costa e capturaram um navio carregado com panos em fardos, o qual foi mandado para o Recife. O Overijssel dera combate a dois navios, cada um com 22 canhões; mas, como os outros navios houvessem descaído muito, devido a ter contra si vento e correnteza, e não pudessem vir para o seu lado, teve de abandoná-los, depois de haverem de ambos os lados perdido alguns mortos e feridos.Aquele yacht foi, no dia 14, despachado para a Paraíba, e o sr. Gijsselingh voltou de Itamaracá.Nos dias seguintes, chegaram alguns navios da República, com viveres e alguns soldados de reforço, a saber: no dia 17, o Goudt-Vinck, de Amsterdã; e no dia 18, o Ouwer-Kerck, e juntamente o Windt-hondt e Pernambuco; e no dia 21, o Weseltjen. E, neste dia, mandaram o Gondt-Vinck buscar o commandeur Licht-hart, para realizar certo projeto, que tinham em mãos.No dia seguinte, foi mandado o Windt-hondt para reforçar a esquadrilha em frente à Paraíba; e, no outro dia, o Pegasus e o Leeuw, da Zelândia,