História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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do Porto, carregado com 180 pipas de vinho, que chegaram muito a propósito. Reuniu-se no dia 13 á esquadra o yacht Swaluwe, que estivera na ilha de Fernando de -Noronha e desembarcara 5 ou 6 homens, dos quais alguns foram encontrados mais tarde presos em Olinda. Por causa desse prolongado atraso, achava-se agente da esquadra muito enfraquecida, havendo apenas 2515 marinheiros sãos e só 2300 soldados capazes de prestar serviço. Devido á grande demora da esquadra, o inimigo recebera aviso do governador das ilhas de Cabo Verde e a gente do Swaluwe tivera notícia de que alguns holandeses se haviam amotinado era Pernambuco.Havendo chegado a esquadra á altura de Pernambuco, a gente que devia operar o desembarque com o gentil homem coronel Diderich van Warden-burgh foi distribuída nos seguintes navios: Maen, Enchuysen, Swol. Uytrecht, Oragnie-Boom, Nassauw, Matanza, Groeninghen, Omlandia, Fame, Goude Leeuw, Geele Sonne, Poste Paerdt, Hollandia e Moorinne. Nesses navios e yachts, havia 1200 soldados e 700 marinheiros. Os yachts Overijssel e Muyden tripulados por 55 marinheiros foram encarregados de, na manhã seguinte, quando se empenhasse a ação, avançar sobre Olinda e observar se havia possibilidade de desembarcar alguma gente ria cidade. A força restante, mandada para o assalto do Recife, foi embarcada no Domburgh e no Jonighe Prins Mauritius. Estavam aí incluídos 55 marinheiros encarregados de ir até a Harreta alim de verificar se os yachts ou outras embarcações podiam por aquela passagem entrar no Recife. Embarcaram mais duas companhias de soldados, contando ambas 223 praças, assim como 350 marinheiros, nos nove seguintes yachts: Spaensch Fregat, em que devia ir o almirante Pieter Adriaensz. Ita, e Swurten liuyler, Fortuyne, Brack, Phoenix, Eenhoorn, Ouwevaer, Meeninne e Fran Prijsken, cada um tripulado por. 20 marinheiro para a sua direção. Os seguintes: Leuwinne, Swarte Leeuw, Vergulde Valck, Eendracht van Dordrecht, Swaen e Tertolen tiveram ordem de, no momento em que se desse o sinal para o ataque, entrar no Poço (que é o lugar onde os navios carregados estacionam no porto) e ancorar entre os dois fortes, fazendo-os calar com a sua artilharia, afim de que os supra mencionados yachts, sob O comando do almirante pudessem avançar desembaraçadamente. Estes navios levavam somente as suas guarnições de marinheiros.O General, com os demais navios e com o restante da força, devia acercar-se do fortim do mar, situado no recife de pedra para com a sua grossa artilharia reduzi-lo ao silencio. Isso foi resolvido e ordenado no mesmo dia pelo conselho de guerra. A esquadra devia nessa mesma tarde dar o ataque, mas, não havendo tempo por causa da demora da trasladação das tropas, deixaram passar aquela noite. No dia seguinte aprontaram tudo de véspera para no outro dia prosseguir na execução da empresa; á tarde houve ordem do General para que se fizessem orações em todos os navios e yachts e que cada vaso de guerra se colocasse junto e sob o comando de suas respectivas divisões.A noite o General deixou que os seus navios derivassem um pouco para o sul afim de não perder tempo e achar-se de manhã junto á entrada do