História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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Novembro do ano passado houvera uma tempestade com vento tão violento que derrubará as muralhas, os fortes, muitas casas e convênios, de sorte que a cidade estava toda arruinada e o governador tinha muito que fazer nos reparos das muralhas e dos fortes. Ao mesmo tempo se construíam um forte e uma plataforma até a margem do rio. Estavam então tomando carga 6 navios, entre esses um de 250 lastros que devia partir em meados de Julho para Cartagena afim de seguir com os galeões para a Espanha, visto como pelo receio dos navios holandeses não ousavam mais navegar ao longo da costa de Porto Rico. Havia mais mercadorias em S. Domingos do que navios para, as carregar e era portanto provável que muito gengibre ficasse deteriorado. Era grande a falta de panos para roupas. O governador queixava-se também do próprio governo da metrópole, dizendo que não havia em que se ganhar e que não circulava mesmo o dinheiro de cobre e. posto que existissem ali ricas minas se não encontrava quem fosse trabalhar nelas. Os Índios foram exterminados e os espanhóis eram muito preguiçosos. De sorte que é muito crível que se não fosse por se manter ali a Audiência Real, Cumana e toda a extensão até Coro, esta cidade inclusive, e muito provavelmente a maior parte da ilha seriam abandonadas pelos espanhóis. No dia seguinte avistaram a ponta oriental de Cuba, passaram por entre Navaza e cabo de Tiburon e viram no outro dia uma vela estrangeira para a qual correu depressa o Kate, mas depois de passar. El Gran Tarquino (um monte fácil de reconhecer na ilha) e ao avistar o cabo da Cruz viram a mesma vela na vizinhança deste último. Este cabo se reconhece bem, vem descendo das terras alias do interior, estendendo-se para oeste. E' uma ponta de terra elevada e plana, com algumas árvores na extremidade, cercada de muitas ilhotas, que se chamam El jardin de Ia Reyna. Esta ponta dista do extremo norte da ilha cerca de 20 léguas, segundo afirmou o piloto prisioneiro.No 2 de Julho viram a grande Cayman. no dia seguinte a ilha de Pinos, a qual no dia 4 reconheceram melhor, e no dia 5 estavam perto do cabo de Corrientes, sendo este um tanto mais alto do que a terra adjacente e coberto de arvoredo. Avistaram uma vela estrangeira, á qual o Kate deu caça e fez abater a bandeira perto do cabo de Santo Antonio. Era um pequeno barco vindo de Havana á caça de animais, para o que trazia três cães e Seis mosquetes. Souberam pelos prisioneiros que os espanhóis tiveram por vários meios notícia ela vinda da nossa esquadra, a qual fora avistada de muitos pontos, e que o governador de Havana. Dom Laurenzo de Cabrera, mandara barcos a todos os lugares para dar aviso e ajuntara em Havana todo o povo que pudera; A barca capturada, por ser boa para vela foi tripulado. Também foi capturada no princípio de Julho pelo Vriessche Jagher uma fragata Espanhola, vinda de S. João de Ulloa, carregada de pão para o forte de Havana, tendo-se encontrado nela 27O reales de oito, 50 peças de armazém, 33 barrizinhos de pólvora, e alguma prata lavrada.No dia 10 de Julho (como já foi dito) juntaram-se ao almiranta Pater, cujos sucesso agora, continuamos a dar. No mesmo dia avistaram, o monte da Coroa situado ao lado norte da ilha de Cuba e por alguns dias