governador para comutar refrescos. Esta ilha é mui ali, e abundante de laranjas, limões, bananas, cocos e outras frutas. O povo que a habita, é mui forte, de estatura elevada e corpos enxutos, e entretanto deixa-se governar de um português, como si foram crianças. Daqui partiu a 22 e muito teve que fazer primeiro que perdesse a vista de dita ilha. Só a 7 de Abril foi a frota servida do desejado vento sudeste, e era então em altura de A gr, e meio à banda do sul. O almirante mandou dois iates diante para avisá-lo, tanto que houvessem vista de terra, como houveram a 21 ainda que, segundo o calculo dos pilotos, estivesse a frota bem cem léguas arredada da costa. Com duzentas e oitenta braças de linha não puderam tomar sonda naquela paragem. Ao outro dia avistou-se o cabo de Santo Agostinho; mas o almirante, não havendo por avisado aproximar-se mais, resolveu fazer-se na volta das ilhas dos Açores. No ultimo de Maio houve vista da ilha das Flores cousa de duas léguas a leste consigo, e como nos navios começassem a sentir falta de certas cousas necessárias, não lhe pareceu dever deter-se mais tempo por ali, e pois deu volta para a Republica, onde chegou aos 20 dias de Junho.
FIM DO TERCEIRO LIVRO
SUMÁRIO DO QUARTO LIVROContinuação da viagem do almirante Pieter Pietersz. Heyn. É tomado um navio, que da Madeira se dirigia à Bahia. O almirante chega às costas do Brasil. Entra na Bahia, e rende vinte e dois navios. O seu navio encalha em um banco, e perde-se. Voa o navio Oragnie-Bomm de Enchuysen . Os despojos são mandados para a Republica. São tomados mais dons ou três navios com negros que, por não serem úteis aos nossos, sito desembarcados em Taperica. A frota parte da Bahia. É tomado um navio com 190 caixas de açúcar, procedente do Rio de Janeiro. Os nossos navios se espalham por aquelas paragens. Entram no rio do Espírito Santo, onde obtém refrescos. É tomado um navio de Lisboa com carga de vinho. Disposição do rio. A frota retira-se dele. O almirante a divide, e segue com sua esquadra para a Bahia. Aqui são saqueados e queimados dois navios inimigos. Alguns Portugueses são aprisionados, e por eles tem o almirante noticia de que cinco ou seis navios carregados se achavam surtos em um rio: entram os nossos em dois iates por esse rio, onde primeiramente só encontram um navio vasto. Os bateis descobrem os navios. O almirante em pessoa vai ter com eles, e assenhoreia-se de um navio, em que o inimigo perde seguramente cento e cinqüenta homens. Toma mais dons navios com oitocentas e cinqüenta caixas de açúcar. Esses navios são leva dos para fora, mas um tomba e rebenta-se. O inimigo impede a retirada, afundando um navio e postando mosqueteiros por trás de um parapeito. Os nossos queimam na baixa-mar o navio afundado. O almirante resguarda os seus navios e bateis com couros, e faz sair os navios e iates por meio de ancoretes, sem sofrerem dano. O inimigo perde ao todo quatrocentos homens. Os navios tomados são descarregados. Os outros navios se juntam com o almirante. Parte este da Bahia, e vai ter à ilha de Fernando de Noronha. Como se há de tomar esta ilha, largando das costas do Brasil. O almirante torna à Republica, tendo de caminho tomado uni navio procedente de Pernambuco com carga de açúcar, tabaco e pau-brasil. Viagem de Hendrick Jacobsz., que parte da Zelândia. Chega ao rio das Amazonas, e depois entra no Wiapoco, onde desembarca alguns colonos. Narração do que sucedeu a alguns colonos no rio das Amazonas e Wiapoco. O almirante H. Jacobsz, parte do Wiapoco, e vai ter a S. Vicente, Granada, ilha Branca, Orchila e baía Honda: disposição destes lugares. Juntam-se com o almirante o Kater e Bruyn-Wisch. Donde e quando partiram estes iates. Tomam um barco português com escravos, e o deixam seguir viagem. Disposição das ilhas Tabago e S. Vicente. Tocam em Santa Luzia, Matinino, Dominica, Guadalupe, Marigalante, Desejada, Antigua, S.