Livro Segundo
1625
O almirante Pieter Pietersz. Heyn, que deixamos o ano passado no rio de Congo, partiu com todos os navios aos 2 dias do mês de Janeiro deste ano, e depois de andar divagando por algum tempo por respeito das correntes e ventos, quando veio ao dia 7 do mesmo mês, amanheceu obra de quatro léguas ao norte do porto de Loango, que esta situado em altura de 4° 37'. São fáceis as conhecenças deste lugar: há ao sul dele montas, que de longe semelham pequenos castelos, e quatro léguas ao norte vêem-se duas colinas, que chamam Mamas ou Tetas de Mulher. Ao outro dia juntaram-se com ele as chalupas, que anteriormente haviam sido mandadas sair do rio em procura de refrescos: poucos trouxeram para tanta gente, pelo que ordenou o almirante que os navios andassem espalhados por essas costas até ao dia 18 do corrente mês, com fundamento que topariam navios portugueses. O Meermin seguiria adiante, e surgiria em altura de 1°40', na qual altura a pouco e pouco se juntariam todos os navios para de conserva irem tomar a ilha de Ano Bom, onde se procurariam refrescos. Mas, reconsiderando a sua ordem, o almirante comunicou aos navios por cartas datadas do dia 14 que não convinha avançassem para o norte além dos 2 gr., para o efeito de irem buscar com mais segurança a ilha de Ano Bom. Com quase todos os navios tomou o almirante esta ilha aos 19 dias, e o navio Hollandia a 29, e nela encontraram muitos refrescos. Esta ilha, segundo observou Willem Jansz., demora em altura de 1° 30'; tem muitos porcos, laranjas, limões, e muito boa água. O governador tratou os nossos com amizade, ainda que com medo, depois que soube que aqueles navios haviam tomado parte na rendição da Bahia. Tendo bem refrescada a sua gente, se determinou o almirante a fazer a travessia da costa do Brasil, assim para andar às presas pelas capitanias do Rio de janeiro e Espírito Santo, donde lhe constava partirem na primavera alguns navios, com