elevava As alturas. Por volta das onze horas, o tempo começou a abonançar e clarear. Viram terra a sotavento, e parceis de ambos os lados em distancia de menos de um tiro de colubrina. No dia 1º de Outubro puderam devassar com a vista toda a baía grande, mas não viram o barco, e o batel fora arrebatado muito para atrás, e estava virado. Três homens tentaram ir buscá-lo, mas o não conseguiram, e com dificuldade puderam ser recolhidos no navio, que se pôs a andar o melhor que pode. Foi este â entrada da baía pequena, donde havia sido impelido; viram flutuante a pequena bola de sua ancora de reserva, depois que fundearam na baía grande. Avistaram a alguns da companhia em uma ilhota, mas por falta de batel os não puderam socorrer consumiram a noite em construir com fragmentos um batelzinho de nove pés pouco mais ou menos de comprimento, e três de largura. Quando vieram ao outro dia, levaram para bordo neste batelzinho primeiramente quatro pessoas, e depois mais seis, que estavam em um outro lugar. Estavam estes náufragos desnudados, e feridos em varias partes de seus corpos. O barco havia batido à noite contra os rochedos, e se fizera em pedaços, e foi ao fundo, e os náufragos procuraram salvar as vidas, ajudando-se de um ou outro fragmento. O Commandeur procurou por toda a parte o seu massame e cordoalhas, mas, além da sua ancora de reserva. pouca coisa achou. Soprando agora (4 de Outubro) vento de noroeste, o Commandeur saiu desta baía, mareando as velas ré e de traquete, e quase toda a noite navegou pela derrota ele leste quarta a sudeste e lessudeste. À seguinte manhã avistou a ilha S. Martim, e não achando madeira capaz para um gurupés; partiu a19. Com grande trabalho chegou a 11 A ponta sudoeste de S. Christovão, e ao outro dia pela manhã ao porto. Nesta ilha refez-se de batel e partiu a 13 de Novembro. O vento o contrariou tanto outra vez, que, sendo chegado a 19 em Dominica não pôde surgir senão a 22. Neste entretanto chegaram a esta ilha dois navios franceses de Havre de Grâce, cujos capitães conheciam o Commandeur, e lhe deram toda a ajuda e assistência. Deu querena ao seu navio, e reparou os mastros, com o que andou ocupado até 24 de Dezembro, que foi quando tornou ir sua viagem, e deitou caminho de S. Vicente. Surgiu nesta ilha ao seguinte dia, e pelo seu mastro novo estar mui fraco, pôs outro, o que o trouxe ocupado até aos 6 dias de Janeiro. Deixaremos o Commandeur tomar pouso por algum tempo, e faremos breve relação do que passou com o vice-almirante em sua tornada no Eendracht. O vice-almirante, tendo-se despedido do Commandeur, como se atrás disse, encontrou na altura do cabo de S. Antão dois navios espanhóis, procedentes de Honduras, e tornou um deles algum tanto alongado de terra. Pela nossa gente não ser mui pratica nestas partes, as correntes meteram o Eendracht e sua presa muito para dentro do Golfo do México. Trabalharam por fazer-se na volta de leste, e sucedeu irem ter As águas das Tortugas, onde o Eendracht soçobrou em um baixo mas como o navio espanhol estava bem aparelhado, a nossa gente passou-se para ele, e ficou bem acondicionada. Trouxeram-no A Zelândia, onde chegaram a 13 ele Setembro deste ano. O navio espanhol tinha o nome de S. Juan Baptista. e continha a
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional